Se alguém um dia te perguntar se você conhece a pessoa mais desprovida de inteligência e razão do universo responda que conhece. E essa pessoa sou eu. O mais desprezível de todos os seres. Aquele que não enxerga o que está bem na sua frente. Que por conta de sentimentos não apagados definitivamente do passado e puro medo de encarar a realidade e tropeçar de novo, acabou cometendo mais um grande erro. Dessa vez ao invés de tropeçar eu caí, e foi um tombo dos grandes, daqueles que talvez não tenha como se recuperar. Eu me senti atropelada por um ônibus e duas carretas. Apesar de tudo não sei se posso dizer que sobrevivi. Estou caminhando perfeitamente, vivendo como qualquer pessoa normal. Meu corpo está aparentemente bem. Mas meu coração se encontra com um grande buraco negro e vazio. Não consigo ver sentido em estar viva agora. A minha vontade era desaparecer para sempre. Mas a minha vida não é algo que eu possa jogar fora assim tão facilmente. No momento em que consegui finalmente enxergar, quando tive coragem para sair do meu mundo mágico e voltar para a vida real, quando tomei uma decisão já era muito tarde. Porém, não ficarei me lamentando, pois de que adianta lamentar uma perda? De que valem as lágrimas? Bem, eu sei que elas não ajudam em nada, nunca vão ajudar. Preciso reunir todas as minhas forças e combater esse medo. Sei que te perdi, mas te quero de volta. Eu sei que a gente só dá valor às coisas boas da vida quando as perdemos, peço perdão por fazer isso mais uma vez. Lutarei por você. Mesmo que todos tentem me impedir, mesmo que minhas forças acabem, eu estarei lá, sempre em busca de alcançar meu objetivo.
by Débora Delgado
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