Quando você vem em minha casa

Estou na internet. Toca a campainha. Vou atender e é você com aquele sorriso tímido. Desço as escadas, abro o portão e te abraço. Um abraço bem demorado daqueles que parece que a gente não se vê faz tempo, mas nos vimos ontem mesmo. Você me beija e eu sinto borboletas no estômago como da primeira vez que nos beijamos. Aí você entra, conversa com a minha mãe e depois ficamos a sós na sala.

Toda vez que você vem em minha casa é assim. Aquela sensação de perigo, de medo da minha mãe nos ver beijando. É claro que é normal, é claro que ela sabe que a gente faz isso, mas na frente dela é estranho. Seria uma situação sem graça para ambos os lados. E disso tudo, dá mais vontade ainda de ficar abraçada com você e não soltar mais. De dar um beijo intenso e demorado com todo aquele sentimento que a gente tem um pelo outro.

Parece que os poucos momentos que você fica comigo quando vem aqui valem muito mais que horas na rua. É mágico. Um simples toque seu no meu rosto e vem à tona cada lembrança de tudo que passamos e de toda a minha vontade de que você fique mais.

Não pode. Você tem que ir trabalhar, eu tenho que fazer minhas coisas. Tenho que cuidar do blog e almoçar. Nossa! Já são 3 da tarde e eu ainda não almocei!!! Isso que dá acordar ao meio dia e não ter que me importar com nada.

Então você vai embora. Enrola bastante na saída. Cada despedida dói. Eu sei que vou te ver de novo logo, mas é triste o “até logo”. Te abraço como se fosse a última vez. Você me beija como se fosse a última vez. Me olha com aquela carinha de bobo apaixonado que não quer ir embora. Mas é necessário. “Te amo, tchau”. E você vai. E me deixa aqui com saudades igual uma pré-adolescente que acaba de dar seu primeiro beijo.

Por: Débora Delgado